O valor de uma peça artesanal vai muito além da soma do tempo e do custo dos materiais. Quando falamos sobre o preço, ele deve refletir uma série de fatores que se somam para garantir tanto a qualidade quanto a continuidade desse trabalho . No artesanato e na produção autoral, o preço considera desde as despesas de manutenção, amortização dos equipamentos e melhorias até fretes, impostos e uma margem justa de lucro. Essa precificação profissional não deve depender de flutuações ou situações momentâneas, mas sim de um entendimento profundo do valor que a peça oferece e do público que a valoriza.
Diferente de um item produzido em série, o artesanato é um bem de valor simbólico. Ele traz consigo uma experiência única e pessoal para quem o adquire, evocando lembranças, histórias e sensações que transcendem o material. Esse “valor de experiência” transforma o objeto em um símbolo das emoções e memórias do consumidor, especialmente para quem adquire uma peça com significados de lugares, culturas e jornadas de vida, como os produtos da Berod.
Para alcançar uma precificação que respeite esse valor, é necessário olhar também para a demanda do mercado: produtos de alta qualidade e com um apelo diferenciado encontram aceitação e permitem margens melhores. Dessa forma, o preço final não deve nunca ser inferior aos custos de produção e deve estar alinhado com a expectativa do produtor e a disposição do mercado: o equilíbrio do preço justo.
As melhores peças têm a capacidade de “puxar os preços para cima”, especialmente por serem vistas como referências de qualidade e singularidade. Aqui, vale a pena considerar uma estratégia de precificação escalonada, oferecendo um preço direto ao consumidor e outra modalidade para lojistas, além de flexibilizar conforme a quantidade de peças compradas, o que permite um pequeno desconto para quem adquire em volume.
A produção artesanal é em pequenas quantidades, respeitando o ritmo dos materiais e do próprio processo de criação. Essa escolha reflete um compromisso com a qualidade e com o caráter de cada peça. Ter uma peça feita em quantidade limitada é saber que poucos terão um objeto igual ao seu, e isso traz uma satisfação especial para quem valoriza o original e exclusivo.
Muitas vezes, o valor de uma peça feita à mão também está relacionado aos materiais escolhidos. Para peças como as luminárias de upcycling da Berod, por exemplo, utilizamos elementos como peças automotivas, que ressignificam objetos do cotidiano de forma criativa. Isso exige uma curadoria cuidadosa e uma abordagem artesanal ao mesmo tempo torna cada peça um investimento em design sustentável.
Na Berod, cada objeto de design, seja uma luminária , uma arte ou uma estampa, reflete a escolha de trazer o valor artesanal ao cotidiano dos clientes e também uma forma de oferecer um “fragmento de memória” — uma associação a momentos especiais ou uma sensação de identificação com o objeto que se torna parte da decoração e da vida de quem adquire nossas peças.